Nós, que tomamos decisões diariamente, independentemente da posição hierárquica na organização ou na família, sabemos que quase nunca dispomos das informações necessárias, a tempo e, principalmente, organizadas. Seja para planejar a viagem de férias, ou decidir qual projeto deve ser implementado, principalmente em tempos de crise, ou, no caso do governo, definir em qual setor da economia deve-se investir para alavancar empregos, dificilmente obtemos informação qualificada no prazo que precisamos. Isso faz com que boa parte das nossas decisões seja baseada na percepção que temos, no conhecimento prévio das situações ou simplesmente por aproximação com algo que vivenciamos anteriormente.
DataViva, visando subsidiar com informações qualificadas os planos e decisões de gestores públicos e privados de Minas Gerais e do Brasil. Fruto da parceria entre o Governo de Minas Gerais e o MIT Media Lab, o DataViva foi financiado pela Fapemig e, progressivamente, vem funcionando como um provedor de dados públicos estruturados em visualizações de qualidade e inovadoras. A partir de 2017, e após um trabalho de reposicionamento estratégico realizado em parceria com a Aleph, a plataforma será hospedada pelo Instituto de Desenvolvimento Integrado (INDI), com o apoio do BDMG e da CODEMIG, em uma nova parceria que, em boa hora, vem subsidiar, com conhecimentos, o desenvolvimento social e econômico de Minas Gerais e do País, de modo inédito.
Assim, com o DataViva ingressamos em um tempo no qual podemos basear nossas escolhas, em empresas ou setor público, não em palpites ou suposições em dados cientificamente estabelecidos e estatisticamente comprovados, que minimizem riscos na solução de problemas e na tomada de decisão. Nos últimos anos, países como Singapura, Reino Unido e Suíça desenvolveram ferramentas semelhantes que, com base em levantamento e processamento de dados, é possível vislumbrar horizontes e antecipar e prospectar problemas futuros, bem como o uso de tecnologias capazes de favorecer soluções para esses mesmos problemas! Não se trata, portanto, de corroborar apenas aquilo que já se pensava, mas de descobrir caminhos ainda não pensados.
O DataViva é um big data, como se convencionou chamar nos ambientes de inovação. Trata-se de uma análise estruturada de grandes massas de dados, que tem revolucionado o mapeamento e o escrutínio de cenários, assim como a projeção de tendências. A coleta e o tratamento de big data têm revelado correlações ocultas e menos evidentes, expondo fragilidades, tendências e derrubando paradigmas. No contexto de planejamento e da tomada de decisão de interesse geral, tais como as medidas para estimular o desenvolvimento econômico, particularmente em tempos de crise, esses insumos se tornam cruciais e urgentes.
Assim, a sociedade brasileira somente conseguirá sair da crise econômica e política com a contribuição dos nossos gestores públicos e privados fazendo uso de ferramentas como o DataViva, um insumo indispensável para se entender os problemas, as soluções e as oportunidades. Para além disso, munir-se de evidências capazes de permitir vislumbrar tendências futuras e como se firmar como protagonista neste mundo global.
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Evaldo Ferreira Vilela é presidente da Fapemig. Formado em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Entomologia pela USP e PhD em Ecologia pela Universidade de Southampton, Inglaterra. Realizou pós-doutoramentos nas Universidades: da Califórnia-Berkeley (EUA), de Nuremberg-Erlangen (Alemanha) e Tsukuba, Japão.
Thiago Bernardo Borges é mestre e graduado em Ciências Contábeis pela UFMG. Possui graduação em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. É professor assistente no Grupo IBMEC-MG e especialista em políticas públicas e gestão governamental do Governo do Estado de Minas Gerais, atuando como assessor da presidência para aprimoramento da gestão na Fapemig.