O DataViva, ferramenta desenvolvida pelo
Governo do Estado de Minas Gerais, possui uma premissa que me é desde o início
louvável: transparência para os dados
públicos. Os dados atualmente inseridos nessa ferramenta nos remetem à
ideia de desenvolvimento econômico, que permeia alguns acalorados debates
quanto ao efetivo papel do Estado nessa área.
De um lado existe a corrente intervencionista
que defende o papel ativo do Estado (e aqui a menção ao ente federado estadual
e/ou municipal principalmente) nessa área de desenvolvimento econômico. Por
outro, existem os céticos que observam que as ferramentas disponíveis para o
desenvolvimento econômico são ineficazes nos âmbitos subnacionais e, portanto,
tal agenda seria esvaziada.
Tendo a concordar que os entes subnacionais
de fato têm menor gerência sobre variáveis econômicas, apesar de serem
fortemente impactados por essas. Contudo, a estratégia e sua ferramenta por
meio do planejamento, são necessárias nos Estados e Municípios, principalmente
nessa área de desenvolvimento econômico, e em tempos de crise, sua ausência nos
chama ainda mais atenção. Estratégias
são escolhas, e por menor que seja a capacidade dos Governos subnacionais de
atuarem nessa agenda, existe um “poder de fogo” que, se bem explorado e usado
de modo concentrado (com FOCO!), tem um potencial transformador, em minha
opinião, na nossa economia.
Minha reflexão tem pequeno embasamento em
ideias simples retiradas de informações do DataViva, mas não pretende ser
definitiva ou com peso científico. No caso da Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH), por exemplo, existe a ideia de que nossa atividade econômica
está fraca e limitada. Analisando o quadro que apresenta como nossa economia
formal se organiza em termos de atividade econômica, compara-se a imagem à
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
A RMBH apresenta um papel do setor público
mais relevante que a RMSP, o que indica a sustentação para a ideia da maior
dinâmica privada existente em São Paulo, a capital econômica, e, por
conseguinte o peso do segmento financeiro existente na capital paulista.
Figura 1 – Atividade econômica (renda total)
- RMBH 2013 - http://dataviva.info/VZ6ECB/
Figura 2 – Atividade econômica (renda total)
- RMSP 2013 -
A forma e o papel do Desenvolvimento
Econômico para lidar com tal equação, na minha opinião, perpassa justamente as
tais escolhas: estratégias que devem
considerar a necessidade de FOCO concentrado para criação de setores que são
promissores e conseguirão criar diversidade no futuro. Tais escolhas podem (e
devem) ser feitas observando o ponto de partida (capacidade instalada e
diferenciais atuais, de modo a não colocar o presente em risco), e também, sobretudo,
a capacidade de criar de fato um
setor promissor para o futuro.
As ideias do papel da estratégia me parecem
adequadas: escolhas bem-feitas e a
efetividade do Estado em implementar tais escolhas podem ter grandes efeitos na
dinâmica econômica! Quando se tem competência para atrair empresas chaves e
fomentar setores com FOCO, pode-se ter um grande potencial de geração de
emprego e renda.